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Uma nova era de comércio internacional

Novas regras comerciais, novos riscos: como as cadeias de suprimentos devem se adaptar em 2025

Por décadas, as cadeias de suprimentos globais se desenvolveram em consonância com uma filosofia de livre comércio. Acordos multilaterais, como o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT), e instituições como a Organização Mundial de Comércio (OMC) impuseram o livre comércio.

O cenário atual é diferente. A incerteza geopolítica aumenta o risco para a cadeia de suprimentos e torna as decisões em longo prazo sobre o impacto ambiental da rede um desafio. As agendas políticas em muitas economias de liderança priorizam o protecionismo e a autossustentabilidade no suprimento de determinados produtos. Tarifas de importação e barreiras comerciais estão se tornando um fator importante nas redes globais.

Aumento de tarifas – e risco para a cadeia de suprimentos

Em resposta à escassez de suprimentos e aos gargalos nas entregas, a redução de risco está se tornando um foco importante. Os Estados Unidos, por exemplo, impuseram restrições à exportação de semicondutores.

Entre as empresas, a diversificação regional e as estratégias de múltipla fonte de suprimentos (multisourcing) estão ganhando popularidade. Por exemplo, a estratégia "China + 1" está ganhando força. Com essa estratégia, as empresas estabelecem uma fonte adicional para peças adquiridas de empresas na China. O Vietnã, em particular, se beneficiou dessa mudança.

Políticas protecionistas também estão surgindo em resposta à concorrência global. Tanto a Europa quanto os Estados Unidos aumentaram as tarifas sobre veículos elétricos chineses. Na Europa, o Mecanismo de Ajuste de Carbono nas Fronteiras (CBAM) impõe taxas de importação para compensar as emissões de carbono relacionadas à produção no país de origem. O objetivo é igualar as condições de atuação para empresas europeias em setores com emissão intensa de carbono, como o de metais, de eletricidade e de certos produtos químicos.

Espera-se que a tendência tenha continuidade – por exemplo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, implementou tarifas sobre os principais parceiros comerciais, incluindo Canadá, México e China, que implementaram tarifas recíprocas em resposta.

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O que está impulsionando as mudanças regulatórias?

As empresas podem avaliar o impacto das mudanças nas regulamentações comerciais em sua cadeia de suprimentos com base em fatores como:

  • A situação política em países-chave

    O comportamento dos eleitores e as decisões governamentais são os principais impulsionadores dessa tendência.

  • A agilidade da cadeia de suprimentos

    A capacidade de se adaptar a mudanças no cenário regulatório pode proporcionar vantagens competitivas. Cadeias de suprimentos flexíveis e resilientes ainda conseguem atender à demanda dos clientes de forma confiável, apesar das interrupções.

  • Diferenças regionais

    Embora os desdobramentos representem desafios para alguns países, podem criar oportunidades para outros. A atratividade econômica e a estabilidade política são fatores-chave para determinar se um país se beneficiará dos desdobramentos como a repatriação industrial (reshoring) ou a múltipla fonte de suprimentos (multisourcing).

Como atuar em um cenário comercial instável

As empresas precisam monitorar de perto os desdobramentos comerciais e avaliar como as mudanças poderiam impactar suas cadeias de suprimentos. Avaliar estratégias de mitigação de tarifas e diversificar as bases de fornecedores é essencial para evitar erros.

Em apoio a isso, o desenvolvimento de uma visão estratégica clara das cadeias de suprimentos globais — apoiada em dados sobre exposição tarifária, distribuição de fornecedores e fluxos logísticos — pode proporcionar informações valiosas. Representações visuais podem aprimorar a tomada de decisões em revisões estratégicas e no planejamento da rede.

O fortalecimento da agilidade — especialmente por meio da orquestração de ponta a ponta da cadeia de suprimentos — permite que as empresas tenham a visibilidade e a coordenação necessárias para se adaptarem proativamente a ambientes comerciais em constante mudança e com interrupções regulatórias.

Autor

Julian Schulcz

COO, 4flow